segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"Cuba Libre" e Brasil na merda

Crescemos tomando “Cuba libre”, e achando que endurecer-se sem perder a ternura é algo romântico. Pois bem, nos fudemos, e agora não dá para reclamar. Mas acho que ainda dá para tentar pelo menos compreender como chegamos até tal ponto. Sim, a nação está se dissolvendo porque foi vendida para a esquerda – que obviamente, não pagou por ela.
O que a esquerda defende publicamente é um Estado Máximo, com tributação pesadíssima e até com a tomada dos meios de produção (manifesto do PSB), com a distribuição dessa massa de dinheiro para as camadas "mais pobres" da população. Segundo eles, o panorama ideal seria que uma empresa não tivesse lucro, e o dono da empresa ganhasse o mesmo que qualquer outro funcionário. Como a capacidade produtiva de um militante típico da esquerda é apenas e tão somente medíocre, a tese da mais valia é disseminada com facilidade – quem não sabe produzir riquezas atribui a sua própria miséria a quem sabe. Na prática sabemos que em todos governos socialistas do planeta a constante sempre foi uma população totalmente empobrecida, liderada por uma elite riquíssima pertencente a um único ParTido. Nunca houve um único governo realmente socialista democrático, a própria implementação do socialismo pressupõe uma ditadura.
Então, engana-se quem acredita que um governo socialista em tese pudesse buscar em algum momento algo de bom para o povo – o que importa é sempre o poder, e poder absoluto. Ah, sim, as teorias socialistas podem sim pregar algo de bom para o povo, e como tal sempre se sobressai a “distribuição de renda”. Esta é de longe a maior mentira do socialismo, pois renda não se distribui – renda se cria ou não se cria. Sempre haverá alguém que irá receber, e outro que irá pagar. Se tivermos apenas pessoas recebendo, ninguém irá pagar a economia entra em colapso, justamente o que está acontecendo neste momento no Brasil.
Um grande exemplo disso pode ser a nossa política trabalhista.
Na prática, a voracidade arrecadatória e a legislação trabalhista fazem com que apenas algo ao redor de 25% da quantia demandada por uma empresa como custo empregatício seja efetivamente utilizada por um funcionário - três quartos do que uma empresa tem de custo com seus funcionários são revertidos imediatamente ou posteriormente na forma de impostos e taxas. Sim, matematicamente para cada um real pago para um funcionário, incide outro real em custo trabalhista, o que de cara já coloca o salário como METADE do efetivamente pago pela empresa. Da metade que sobra para o funcionário, uma parte é paga diretamente como IRPF, e a outra parte é paga nos altíssimos impostos incidentes em TUDO o que se consome. Quem opta por adquirir bens financiados, além de impostos ainda paga juros, ou seja, tem uma quantia ainda menor efetivamente disponível para seu proveito.
Com aproximadamente um terço da massa de trabalho nacional paralisada recebendo bolsas, o peso de sustentar a economia recaiu sobre uma parcela cada vez menor de empreendedores e trabalhadores, ou seja, ao invés de se ter uma concentração de renda (que se dizia existir), ocorreu exatamente o inverso, houve uma concentração de tributação.
As empresas são obrigadas a declarar todas as entradas como se fossem renda, e os mecanismos arrecadatórios nacionais são muito eficientes em relação às empresas, cujos dirigentes podem até responder criminalmente se os contadores cometerem algum erro. Então toda vez que o governo precisa de mais dinheiro, pressiona cada vez mais as empresas, até o ponto em que a atividade produtiva e comercial deixa de ser viável economicamente - os impostos são tão certos quanto a morte, mas o lucro é apenas uma possibilidade. Só que sem lucro, a empresa não existe.
Como a esquerda prega que a culpa de sua pobreza é o lucro da empresa (mais valia), então tudo se faz para pressionar as empresas. Só que se a empresa não dá lucro no Brasil, ela simplesmente baixa as portas e vai para um país viável. Nós não somos mais um país viável.
O Estado Brasileiro já atingiu o objetivo de controlar minuciosamente todas as atividades dos cidadãos pacatos e de bem - infelizmente perdeu completamente o controle sobre quem não se importa em descumprir leis, ou pior, um grande número de pessoas simplesmente descobriu que é viável se viver exclusivamente da prática de crimes. Na prática, o sistema já não prende quem pratica crimes de furto, apenas para mencionar um exemplo. E os que praticam crimes mais graves são amplamente beneficiados com um número cada vez maior de leis e regras que forçam a diminuição das penas cumpridas em regime fechado, pois o Estado simplesmente não tem mais estrutura para prender e para manter presos tais elementos.
A saga arrecadatória do Brasil não é recente, aqui a própria Constituição Federal foi construída de forma a permitir que qualquer ente público crie e aplique impostos sobre toda e qualquer atividade imaginável.
Só para se ter um exemplo, vejamos o que acontece na produção de um veículo:
  • alguém extrai minérios, paga impostos sobre a extração, comercialização do minério, paga seus funcionários, máquinas, equipamentos (tudo com impostos), recolhe tributos ao vender o minério, e paga impostos sobre o lucro.
  • Este minério vai para uma siderúrgica (vamos fazer de conta que é aqui no Brasil), existe toda a cadeia de transporte, com veículos, combustível, funcionários, tudo tributado;
  • Este minério entra em uma siderúrgica, com todos os equipamentos e máquinas devidamente tributados, funcionários idem. É feito o processamento do minério até se transformar nos diversos tipos de aço necessários para se produzir um veículo. Tudo é vendido com impostos na nota, e existe novamente o imposto sobre o lucro;
  • O aço é transportado para as metalúrgicas fornecedoras das montadoras, que tem todas as suas máquinas e equipamentos tributados, funcionários idem. As metalúrgicas processam o material produzindo as peças, que são vendidas para as montadoras, com impostos sobre o valor da nota fiscal, e depois o imposto sobre o lucro;
  • As peças são transportadas para as montadoras, com a incidência de impostos sobre toda a operação, funcionários, etc. Depois, vem novamente imposto sobre o lucro.
  • As montadoras recebem as peças das metalúrgicas e de centenas de outros fornecedores, inclusive hoje vem muito material importado, com IPI e Imposto de Importação incidindo sobre o que não foi produzido no Brasil. Os veículos são montados, são pagos os funcionários com todos os custos paralelos e impostos, os veículos são vendidos para as concessionárias, com todos os impostos na nota fiscal, e depois, imposto sobre o lucro;
  • Os veículos são transportados, com todos os custos de se transportar algo no Brasil;
  • Os veículos chegam nas concessionárias, são lavados e revisados, vendidos e entregues para os consumidores, com todos os custos trabalhistas, impostos na nota fiscal, mais imposto sobre o lucro.
De tudo isso, percebe-se que quem EFETIVAMENTE ganhou dinheiro de ponta a ponta de todo o processo, foi o governo. Antigamente o governo investia para fazer a hidrelétrica, a estrada, o porto, ou seja, o governo se endividava para fazer a infraestrutura, mas as empresas tinham o ambiente necessário para se instalar e produzir – os impostos deveriam cobrir os custos da infraestrutura. Hoje, estamos utilizando a infraestrutura sucateada construída há décadas, e as empresas para se instalar precisam inclusive GERAR A PRÓPRIA ELETRICIDADE, além de construir braços de ferrovia ou rodovia como parte de seus próprios projetos. Os impostos aumentaram muito, mas deixou de se oferecer infraestrutura. O custo de se produzir no Brasil aumentou exponencialmente.
Não bastasse tudo isso, nos últimos anos as riquezas do país começaram a ser desviadas para republiquetas de mierda, sendo o primeiro caso notável o da entrega das instalações da Petrobrás para a Bolívia. O volume de dinheiro demandado em perdão de dívidas, empréstimos a fundo perdido, financiamento de infraestrutura e aquisição de títulos de dívida pública em ditaduras comunistas arrebentaram os fundos de pensão, além de terem sido feitos com dinheiro inflacionário, oriundo do BNDES.
Algum dia alguém fará um levantamento dos montantes em que estamos sendo roubados. Cálculos superficiais apontam para a casa dos TRILHÕES de dólares.
A economia teria entrado em recessão prematuramente, aí veio a ideia “jenial”, ou seja, do jerico que se acha Keines: deu-se crédito amplo e fácil para todos, até mesmo para quem não tinha capacidade econômica para obter empréstimos. Acobertou-se isso sob o falso manto de uma “justiça social” onde quem não tem renda agora podia comprar uma casa e um carro “mil1”. O resultado foi um “boom” momentâneo na produção e vendas, mas o mercado logo se saturou, os bens não foram pagos. Como resultado uma extensa camada da população perdeu totalmente sua capacidade de compra, o comércio paralisou, os bancos retomaram os bens e não tem para quem vender, porque não existe mercado para tanto. No momento a seguir a indústria começou a desinvestir, o desemprego acelera-se a cada dia tanto na indústria quanto no comércio, e isto se reflete duplamente no mercado imobiliário – quem tem imóveis comerciais está com os mesmos vazios, e quem antes alugava imóveis residenciais voltou com a nova família para a casa dos pais e de parentes. Todo o dinheiro que circulava na forma de locações simplesmente DESAPARECEU DA ECONOMIA.
Acontece que como os projetos da esquerda são supranacionais, chegou-se rapidamente ao ponto em que os impostos recebidos não são suficientes para se cobrir os rombos, tanto pelo massivo desvio de dinheiro para fora do país, quanto pela desaceleração da atividade econômica, que faz com que se gerem menos impostos. Não existe mais como tributar os que trabalham e produzem, até mesmo por limitações legais e políticas. Aqueles que pararam de trabalhar para receber bolsas esmola primeiramente abandonaram voluntariamente seus empregos, hoje tais empregos não existem mais. Aquela parcela da população que permaneceu trabalhando está sendo despedida e indo para casa pelo DESAPARECIMENTO dos postos de trabalho. As empresas que podem, estão baixando as portas, perdendo o dinheiro investido a décadas, e migrando para países viáveis2. A diminuição do lucro das empresas faz com que investidores retirem dinheiro das bolsas, levando o capital para outros países.
Hoje o Brasil parou de pagar seus compromissos. Embaixadas há muito já não tem dinheiro para pagar contas de água, luz e telefone. Bases aéreas são fechadas por falta de dinheiro para comida, ou porque a vigilância sanitária bloqueou a cozinha. Os órgãos públicos não conseguem mais receber o dinheiro a eles destinados, governos estaduais e prefeituras não conseguem sequer pagar suas folhas de pagamento. Serviços terceirizados foram totalmente paralisados por falta de pagamentos, então as cidades começam a ficar abandonadas, apesar de plenamente habitadas.
As maiores empreiteiras de obras públicas estão todas com seus dirigentes presos em seguidos escândalos de corrupção, sempre com valores BILIONÁRIOS, e só serão salvas da falência a partir de manobras que já despontam, e que visam salvar simultaneamente corruptos e corruptores das garras da justiça – uma justiça que em seu topo, o STF, está hoje totalmente aparelhada por membros indicados pelo ParTido.
No Brasil, o governo pode dar a direção e cargos de confiança em empresas públicas e mistas, órgãos públicos em troca de favores políticos e votos de políticos, e isso não é sequer considerado como crime de corrupção. Além do prejuízo inerente ao fato de se ter pessoas não qualificadas em sua direção, estes cargos são utilizados para produzir contratos gravemente lesivos às instituições, sempre com gigantesco desvio de dinheiro público.
Alguns graves ataques à base da educação também contaram para que chegássemos até este ponto. A modificação nos conteúdos e nos métodos educacionais, junto com mecanismos venenosíssimo como a tal “progressão continuada” garantiram que as novas gerações tenham uma severa doutrinação de esquerda, sem conteúdo letivo, e sem a obrigação de SABER. Tenho presenciado muitos alunos formados em ensino médio que não foram alfabetizados, inclusive conheço ao menos um que chegou ao final do primeiro ano de um curso de direito nesta condição – com a direção da universidade pressionando a professora de Português Jurídico a passá-lo de ano, sob pena de perder o emprego. Casos de analfabetos funcionais são muito mais comuns, e os encontramos comumente entre profissionais com curso superior completo. Com isso a nação deixa de ser competitiva, porque a ciência e tecnologia não se medem pelo número de diplomas, mas sim pelo que os diplomados efetivamente são capazes de produzir.
Outro fato para o qual aparentemente não se dá a devida atenção, é que atualmente temos mais de 50 mil pessoas mortas violentamente em crimes, e mais outras 50 mil mortas no trânsito. Das 50 mil mortes criminosas, apenas algo ao redor de 4% são esclarecidas – a maior parte entra em estatísticas gerais, sem se saber ao certo o verdadeiro motivo, ou a autoria. São muitos crimes cometidos por ladrões que simplesmente matam suas vítimas sem as vezes nem conseguir levar aquilo que roubam. Um grande número de homicídios acontece entre traficantes, e neste ponto, acho que morrem poucos – o número de traficantes mortos poderia triplicar a cada ano durante anos e anos, e ainda haveria um excesso deles por aí. Não é possível se descartar a hipótese de muitos destes homicídios não solucionados devem se tratar de bandidos que tentaram enfrentar policiais ou cidadãos de bem que reagiram, mas isso não é possível saber, pelo simples fato de que aqui no Brasil quem se defende responde criminalmente, com todas as consequências jurídicas e reflexos financeiros diretos e indiretos até que algum dia consiga ser eventualmente julgado inocente por um Juiz de Direito. Nem sempre a vida de um bosta de um bandido vale todo esse infortúnio. O fato é que enquanto as atividades criminosas forem mais e mais interessantes e impuníveis e continuar o peso CONTRA O CIDADÃO DE BEM, os números da violência só aumentarão.
Como se tudo isso não bastasse, o que se observa atualmente é as pessoas falando de “crise”, como se a situação fosse passageira ou condicional. As pessoas, no geral, não tem A MENOR IDEIA da extensão das coisas. Muitos estão passando os feriados de fim de ano como se nada estivesse acontecendo – vamos aos supermercados, e o semblante das pessoas é exatamente o mesmo de sempre.
Um incêndio não cessa enquanto houver abundância de combustível e comburente. A situação brasileira não tem nenhuma tendência de se reverter a médio prazo, pelo simples fato de que NENHUMA DAS CAUSAS está sendo combatida. Pelo contrário, o ParTido fez uma tomada gramsciana do poder, o que lhe garantiu o controle o STF, TCU e TSE, e com isso, nenhum dos crimes cometidos pelos chefes jamais será punido – mesmo sendo de conhecimento público.
A “crise” não é momentânea, não é setorial, nem é local – notem que também não é mundial. A eclosão da economia brasileira, aliada à eclosão da estrutura social, acontece apenas nas nações bolivarianas da América do Sul, o que inclui o nosso país. A diminuição da atividade econômica não tem fatores que permitam sua reversão, porque as medidas do governo não vem na forma de se salvar a atividade econômica, mas, ao contrário, forçar cada vez mais a tributação sobre quem ainda consegue sobreviver no mercado.
A impunidade dos chefes do ParTido tampouco ajudam, pois sinalizam para o mercado internacional que o Brasil está se afundando cada vez mais e mais no comunismo bolivariano, levando a nossa economia, que já foi a quinta do mundo, a simplesmente se esvanecer até nos tornarmos uma segunda Venezuela.
O governo passou a governar com Medidas Provisórias, Portarias e Instruções Normativas, muitas delas inconstitucionais por não terem embasamento em Leis Federais que lhes deem suporte, o que é clara característica de uma ditadura.
A pá de cal sobre tudo isso veio neste mês de Dezembro de 2015, quando o STF, contrariando a Constituição Federal e o Regimento do Congresso Nacional, alterou o rito de impeachment da PresidanTa da República, de forma a dar poderes absolutórios nas mãos do Presidente do Senado. Entre outras coisas, foram soterradas as cláusulas de bicameralidade e de controle mútuo entre os poderes, ou seja, desde este mês já não estamos mais vivendo sob o Estado Democrático de Direito, nem tampouco o Brasil é mais uma República Federativa. Estamos sob uma ditadura tão desonesta, que nem assume ser uma ditadura, antes se auto declara como um governo democrático. O ParTido, que lutou abertamente CONTRA a Constituição Federal de 1988, e que desde que chegou ao poder já tentou diversas vezes criar uma nova constituinte, venceu apenas e tão somente se utilizando de um mecanismo previsto na própria CF, que foi a nomeação dos ministros das cortes superiores.
A última saída, e digo isso pela primeira vez, é a intervenção constitucional, com o Exército Brasileiro tomando o poder e fechando o Congresso Nacional. Eu torço para que isto aconteça sob o controle de homens de bem, e amantes de nossa pátria. Que o façam, CRIMINALIZANDO em definitivo todas as formas de socialismo, e que apenas após isso, sejam convocadas eleições com critérios técnicos para quem possa se candidatar – chega de um imbecil analfabeto poder se candidatar a Presidente da República. Como é que alguém que sabidamente imprestável para ser síndico de um prédio pode se candidatar a ser presidente de uma nação? Com toda a reportada falência de nosso sistema educacional, ainda assim é absolutamente INTOLERÁVEL que um mero vereador vote para criar uma lei, sem ser ao menos pós graduado em Direito.
E uso com propriedade a palavra intolerância, porque no atual contexto, sou vítima constante da intolerância – a intolerância dos burros, dos imbecis, dos ladrões e saqueadores.
Eu sinto muito por tudo isso, porque nasci e cresci amando este país. Mas enquanto a situação persistir, me nego a ter esperanças – pois até para termos esperança, é necessário que algo de concreto aconteça. E tudo o que está acontecendo, vem consistentemente na direção de termos a concretização da perda de nossa soberania nacional, derrubada de nossas divisas, e entrega do controle político da nação a um poder externo – Cuba.


1No Brasil existem incentivos e isenções fictícias de impostos para veículos de até 1000cc.

2O Paraguai, país que teve uma economia arrasada por décadas, agora emerge rapidamente.

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