quinta-feira, 19 de julho de 2018

Profissionais liberais dos dias de hoje




Quando eu era jovem, aprendíamos profissões com mestres experientes, que por sua vez haviam aprendido com os que os antecederam.

Lembro-me que na construção civil, nas obras do meu pai, havia uma escalabilidade - o camarada inicia seus trabalhos como ajudante (servente), passava para meia-colher, depois para pedreiro.

Como eu sempre gostei de mecânica de automóveis, meus primeiros trabalhos desde os 14 anos de idade foram como ajudante de mecânico, sendo que só tive a minha própria oficina 6 anos depois, quando já tinha acumulado experiência e me formado como mecânico.

O mundo funcionou assim por séculos desde os tempos das corporações de ofício. Todas as grandes catedrais da Europa foram construídas por profissionais que foram capacitados por este método.

Mas hoje no Brasil fomos vencidos pela teoria da mais valia. Um empregado entra em determinada empresa, não sabe o serviço, não conhece as consequências dos seus erros, mas de cara vê que o patrão mora numa boa casa e tem um bom carro. Fica inconformado com a 'injustiça social', sai do emprego e começa a concorrer livremente no mercado.

Graças a isto o Brasil está inundado por pessoas sem nenhuma capacidade, sem nenhuma formação e que desconhecem os rudimentos de sua profissão, que normalmente começam trabalhando por uma fração do preço das empresas formais (que são sempre o foco arrecadatório do Estado), e que depois de alguns anos se julgam concorrentes de seus ex-patrões originais - mas sempre farão um serviço muito inferior.

Quem consome o serviço destes profissionais sem formação ou com formação deficiente acaba tendo serviços de péssima qualidade, com riscos de segurança e até de saúde, onde os bens são destruídos e pouco ou quase nada o consumidor pode fazer para ter os seus prejuízos ressarcidos, principalmente quando estamos falando de profissionais que atuam informalmente.

Um conserto de R$ 600,00 gera um prejuízo dez vezes maior, e precisamos simplesmente olhar, sentar e chorar.

Experimentamos isso como consumidores, mas os empregadores enfrentam isso todos os dias. Empregados tem no Brasil direitos advindos da era da Ditadura Vargas e consolidados posteriormente pela CF/88 onde a regra é mais ou menos o seguinte: o cara trabalhou precisa receber porque isto é sagrado. Se ele gerou um prejuízo o empregador precisa pagar, porque isto se chama Responsabilidade Objetiva e está na lei.

Com isso largas parcelas da população que não deveriam estar recebendo por seus serviços pelo simples motivo de não serem os serviços que deveriam ser feitos, continuam formalmente no mercado de trabalho destruindo o patrimônio de suas vítimas.

Dizem que eu sou ruim, porque na minha opinião uma pessoa que não aceita trabalhar dentro de suas limitações deveria ser plenamente responsável pelos prejuízos que provoca.

A foto acima é do trilho do portão da minha casa. Contratei dois senhores para fazer reparos no meu portão, e para tanto eles precisaram remover o portão. Não foi a primeira vez que precisei fazer manutenções neste portão, o portão é facilmente removível soltando dois parafusos. Mas os dois senhores preferiram CORTAR o trilho no meio e depois do serviço pronto fecharam desta forma primorosa. Mas eu paguei o serviço pelo preço do orçamento - sai mais barato do que enfrentar um processo judicial.

BRAZIU.