sábado, 2 de janeiro de 2016

Sobre discos voadores e moedas

Em pleno Sec. XXI, as pessoas acreditarão naquilo que você convincentemente lhes dizer para acreditar. Hitler sabia disso, por este motivo é que a ciência precursora do nazismo foi a da manipulação de massas.

Neste contexto, acho curiosa esta história de “discos voadores”, e me surpreendo quando vejo que a maioria das pessoas com nível superior desconhece como é feita a nossa moeda. Eu vejo pessoas com temor quase religioso a respeito de OVNIs, vejo pessoas que consideram a mera menção do assunto como coisa de lunáticos... Por outro lado vejo pessoas que já viram algo que pode ser classificado como um UFO, e outras tantas que passam a praticamente dedicar suas vidas ao encontro com ETs. Nenhuma delas sabe de onde vem o seu dinheiro.

Sobre OVNIs, existem muitas pessoas com as mais diversas opiniões a respeito, com a principal divisão sendo entre as que “acreditam” e as que “não acreditam”. Tratando-se de um objeto físico, pouco importa se alguém acredita ou não, a questão é muito mais simples: existem ou não existem. Parece que vivemos sob o império da opinião popular, onde um governante pode roubar, matar ou cometer quaisquer crimes, contanto que tenha apoio popular. Na eleição mais famosa da história, Jesus Cristo foi para a cruz e Barrabás foi solto.

Compreendo que seja natural as pessoas enxergarem os avistamentos de tais veículos ou objetos como sendo algo sobrenatural, mas isso apenas mostra como a nossa civilização ainda é atrasada em relação à divinização das coisas. Temos Iphones e jatos comerciais, mas sob este ponto de vista, somos absolutamente iguais aos nativos melanésios com seus “cargo cults1”.

O curioso é que eu observo este fenômeno entre pessoas que cresceram “estudando” a Bíblia, justamente um livro que registra o contato contínuo entre humanos e alienígenas, e onde estes objetos são seguidamente mencionados. Sim, quase todas as vezes em que a Bíblia se refere a anjos e demônios, reporta-se a seres nascidos FORA do planeta terra, ou seja, extraterrestres.

A mesma Bíblia se reporta a veículos extraordinários por diversas vezes, mas as religiões fazem um trabalho de lavagem cerebral tão bom, que crianças aprendem a cantar sobre uma carruagem de fogo que levou Elias para o céu, e estas crianças atravessam a sua existência acreditando realmente que alguém amarrou um jegue na frente de uma carroça, tacou fogo e com isso eles foram “para o céu”. É mais fácil acreditar na lenda ensinada pela religião, do que se aplicar a Navalha de Ocam. E que ninguém ache que estou discutindo a veracidade dos textos bíblicos: Eu acredito na Bíblia, apenas não acredito nas religiões que tentam explicar a Bíblia, ou nas pessoas que dizem ser condutores de outros à salvação (pois este é Cristo).

Ah, sim. Para muitos, acreditar que um ser humano precisou de um veículo para ser transportado para fora da atmosfera terrestre implica em aceitar que sua religião é uma mentira. Pois bem. A Bíblia contém a verdade, ao passo que as religiões não. As religiões fazem leituras e interpretações, onde nascem centenas de livros apaixonados com minuciosas explicações que nada explicam, apenas afirmam categoricamente algo que é mais fantástico e irreal do que até mesmo um disco voador cheio de homenzinhos verdes vindos de Marte.

É mais fácil acreditar que um homem virá de peito aberto e que atravessará o espaço adentrando a nossa atmosfera apenas com as roupas do corpo pisando nas nuvens do céu, do que tentar compreender que esta é uma explicação registrada de acordo com os recursos de linguagem de uma civilização da Idade do Ferro.

É uma pena, deveras, porque com esse modo de pensar tacanho e retrógrado se perde muito da verdadeira beleza de tudo o que está na Bíblia, e, ao mesmo tempo, se induz a uma idolatria que é justamente ocasionada pela falta de clareza.

Eu compreendo perfeitamente que uma tribo não civilizada erija uma escultura de um avião e lhe preste culto, invocando os poderes supostamente místicos da visão terrível que tiveram, que foi a de um avião transportando pessoas e materiais bélicos. Neste ponto dou meus parabéns a Eliseu, que tendo mais de uma vez contato com objetos voadores avançadíssimos até para a nossa época, soube discernir que se tratavam de objetos e CRIATURAS, não de deidades. Na verdade, eu acho que esta é a maior contribuição verdadeira do judaísmo, nos mostrar que existe um Deus, que não é criatura.

Então é isso, a nossa cultura cinematográfica de medo de ETs e “discos voadores” fez com que nos tornássemos mais irracionais do que um homem da idade do bronze, fez com que associássemos o avistamento de objetos tecnológicos a causas supostamente sobrenaturais e até religiosas. Isso é muito perigoso, porque este mesmo erro nos levará a acreditarmos que alguém, só por ter conhecimentos e tecnologias fora das nossas possibilidades atuais, possa ser um “deus”. A maior parte da população de nosso planeta, em pleno Sec. XXI, não consegue raciocinar como o Profeta Ezequiel.

Afirmar que algo, pelo simples fato de não se ajustar aos nossos conhecimentos técnicos e científicos, pertence automaticamente ao mundo espiritual ou das lendas, é na verdade tão primitivo quanto o “cargo cult”. E sempre podemos contar com esse nível de primitivismo nas pessoas, pois apesar de estarmos adentrando e dando os primeiros passos como uma civilização tecnológica, continua sendo muito fácil atribuir ao sobrenatural aquilo que não conseguimos explicar.

Se você quer mesmo se preocupar com algo inexplicável, estude como nasce a moeda, o dinheiro que diz o valor do seu trabalho e de seus bens. Faça isso, e você se surpreenderá verdadeiramente, principalmente quando descobrir que o dinheiro do carro que você financiou e cujo carnê você paga todos os meses nunca existiu de fato, isso sim é sobrenatural.